Nós, os novos, o sem nome, os difíceis de serem entendidos - e dito lá -, nós, os filhos prematuros de um futuro ainda não demonstrado, temos a necessidade, para um novo objetivo, de um novo meio, quer dizer, de uma nova saúde, uma saúde mais forte, mais afinada mais tenaz mais ousada mais divertida do que todas as saúdes conseguiram ser até agora. Aqueles cuja alma tem sede de experimentar toda a extensão dos valores e desideratos e navegar por todas as costas desse "mar inferior" idealista, aqueles que querem saber das aventuras de suas expêriencias mais pessoais, como é que um conquistador e descobridor do ideal sente-se, e, da mesma forma, como um artista, um santo, um legislador, um sábio, um erudito, um devoto, um eremita divino do velho estilo sentem-se: eles têm necessidade, antes de tudo, da grande saúde - uma saúde que a gente não apenas tem, mas adquire e tem de aquirir constantemente, porque sempre tem de se abandoná-la... E agora, depois de termos estado assim por muito tempo a caminho, nós, os argonautas do ideal, mais corajosos do que a prudência recomenda e muitas vezes náufragos e prejudicados, perigosamente saúdaveis, sempre saúdaveis de novo - quer nos parecer que nós, em pagamento a tudo isso, ainda temos um país a descobrir à nossa frente, cujas fronteiras ninguém jamais marcou, um além de todos os países descobertos até agora e de todos os ângulos do ideal que até agora perduraram, um mundo tão ultra-rico em beleza, em estranheza, em dubiedade, em terribilidade e em coisas divinas, que a nossa curiosidade, bem como a nossa sede de possuir quedam ambas fora de si - Oh, nós já não podemos mais ser satisfeitos por nada!....
(Citação da Gaia Ciência - F. Nietzsche)
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