segunda-feira, 30 de agosto de 2010

As pessoas dançam

e eu assisto com calma , esperando o dia em que vou dançar também.

domingo, 22 de agosto de 2010

Quem ler isto, é um tolo.

Nós, os novos, o sem nome, os difíceis de serem entendidos - e dito lá -, nós, os filhos prematuros de um futuro ainda não demonstrado, temos a necessidade, para um novo objetivo, de um novo meio, quer dizer, de uma nova saúde, uma saúde mais forte, mais afinada mais tenaz mais ousada mais divertida do que todas as saúdes conseguiram ser até agora. Aqueles cuja alma tem sede de experimentar toda a extensão dos valores e desideratos e navegar por todas as costas desse "mar inferior" idealista, aqueles que querem saber das aventuras de suas expêriencias mais pessoais, como é que um conquistador e descobridor do ideal sente-se, e, da mesma forma, como um artista, um santo, um legislador, um sábio, um erudito, um devoto, um eremita divino do velho estilo sentem-se: eles têm necessidade, antes de tudo, da grande saúde - uma saúde que a gente não apenas tem, mas adquire e tem de aquirir constantemente, porque sempre tem de se abandoná-la... E agora, depois de termos estado assim por muito tempo a caminho, nós, os argonautas do ideal, mais corajosos do que a prudência recomenda e muitas vezes náufragos e prejudicados, perigosamente saúdaveis, sempre saúdaveis de novo - quer nos parecer que nós, em pagamento a tudo isso, ainda temos um país a descobrir à nossa frente, cujas fronteiras ninguém jamais marcou, um além de todos os países descobertos até agora e de todos os ângulos do ideal que até agora perduraram, um mundo tão ultra-rico em beleza, em estranheza, em dubiedade, em terribilidade e em coisas divinas, que a nossa curiosidade, bem como a nossa sede de possuir quedam ambas fora de si - Oh, nós já não podemos mais ser satisfeitos por nada!....
(Citação da Gaia Ciência - F. Nietzsche)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Corre, Forrest, corre!

Estava andando pela rua e o sol começou a me perturbar com sua claridade em meu rosto, sol de fim de tarde é fogo! E me vi sentando num banco de praça na sombra de uma árvore. Estava apreciando o ambiente, é muito bom estar num lugar com árvores. De repente, um rapaz com ar de mendigo, senta-se ao meu lado. Fiquei com medo, pois tinham tantos bancos vazios, por que sentar justo ao meu lado? Olhei de lado, e percebi que ele também olhava de lado... Tinha sobrancelhas bem grossas e era moreno de cabelos encaracolados uma feição assustadora, olhos quase diagonais e uma boca fina. Pensei "pronto, vou sair daqui já", quando fiz um lento movimento para me levantar, ele me tocou o braço e disse 'aqui é calmo né, moça?" Calmo? Eu estava era nervosa, talvez o ambiente estivesse calmo antes da presença daquele ser tempestuoso. Tive medo de me levantar logo e ele me seguir, sei lá... Só fiz afirmar com a cabeça sem coragem de virar o rosto pra o lado. Ele continuou "Quando eu morava com meus pais em Carpina, tinham vários lugares calmos para ficar, aqui em Recife, não se acha um lugar durante o dia onde passe pessoas toda hora, esse é quase uma exceção, né moça?" Que criatura pertubadora! O que ele queria dizendo aquilo? Nada de exceção, eu estava sozinha em paz até ele chegar, fingi não ouvir o que ele disse (o que era impossivel, pois ele falava claramente). "Uma vez, quando eu estudava numa escolazinha em Carpina, fui andando por um campo abandonado, andei, andei, e quando vi já era de noite, não tinha ninguém, nem um bichinho, uma escuridão danada, a noite tava sem lua, mal dava pra ver o chão. Eu não sabia pra que lado ir, acabei sentando e fiquei olhando pra o escuro e foi clareando minha visão, até que já via meus pés, juro moça, vi de tudo naquele escuro, um monte de vulto pra tudo quanto é lado, eu achei logo que era coisa da minha cabeça, eu saí correndo, como nunca corri na vida, corria que nem uma onça, eu juro moça, corria quase como um carro". Ouvindo toda aquela narração que não parava mais, me senti até mal por não ter percebido que em seus olhos diagonais tinha algo de sincero, era como se me pedisse algo. Até lembrei até de Forrest Gump. Depois de quase meia hora perdido no escuro correndo, corria tempo, eu o disse que quem precisava correr era eu, pois já estava anoitecendo, e precisava ir pra casa, já que não queria ficar perdida como ele na escuridão da noite. Ele riu, eu me levantei, dei boa noite e fui andando até o ponto de ônibus, pensando se não deveria ter ficado para ouvir o fim da narrativa.

Mas por que estaria curiosa? Por que me interessa o desfecho de um desconhecido? Na verdade não me interessa, no fundo não era nada para mim. Para ele era importante, pois precisava somente de alguém para ouvir sua história. É nisso que se baseia uma conversa - Cada um querendo falar coisas que acha importante para si mesmo, seja o namorado, os filhos, o trabalho, algo que aconteceu no passado, um segredo e etc. Mas, no fundo o ouvinte pouco se importa, pode até demonstrar curiosidade no momento, mas só alí mesmo, depois se tornará algo insignificante. E é pra isso que servem amigos, amigos são eternos ouvintes. Percebi também que muitas pessoas lhe usam só como ouvinte. Cuidado, aquele que parece ser teu amigo por te contar mil e um segredos, pode te abandonar na hora de te ouvir. Enfim, você só percebe isso quando vê que ninguém tem "tempo" pra te ouvir. Ou sempre estão cansados e com sono... Ou você se vê falando com seu cachorro, ou aquela pessoa sempre que escuta uma palavra sobre você associa a mil palavras sobre ela e etc...

Afinal, pra quê os blogs servem mesmo? É melhor parar. Hehehe.


quarta-feira, 14 de julho de 2010

Eis o Homem novamente

O que há comigo e aquele meu vício por leitura? E aquela sede por livros?

Será que uma tela vai conseguir vencer um livro? Não quero isso, quero conseguir ler como antigamente. Não entendo, ultimamente não consigo ler nada. Começo a ler um livro, canso, demoro muito, não tenho mais concentração. Tenho visto mais filmes, séries e programas de TV do lido livros. Que preguiça é essa? - Pensei ser porque estava lendo só filosofia, não consegui terminar Zaratustra ou A República. Tentei ler Hermann Hesse (O caderno de Sinclair), esse consegui por sinal, e amei. Depois de Zaratustra, tomei abuso de enjôo de Nietzsche, fiquei tão frustrada que não quis mais lê-lo. A República é muito chata e cansativa, como todo o diálogo de sábios, em algumas partes são interessantes, em outras chego a perder o fio da meada. Depois pensei em ler literatura nacional, tentei Fogo Morto de José Lins do Rego, e não passei da primeira página. Ainda tentei depois Lira dos Vinte Anos, só consegui ler os sonetos que o título me chamava atenção. Pensei em ler algum romance como os da minha mãe, só pra ver se me prendia mais, algo como Danielle Steel, Nora Roberts ou Jane Austen. Claro que escolhi Jane Austen, e comecei Orgulho e Preconceito, cheguei até a página 73 ou coisa assim, como já sabia a história e já tinha assistido o filme, me deu preguiça de terminar, pois o livro tem 392 páginas. Passei uma semana sem ler livro algum, só lendo a Super Interessante e a Caros Amigos ( a do mês passado veio ótima) . E ontem, enquanto esperava a chuva passar de manhã, olhei para os livros que não li ainda, enfileirados e tristes. E vi Ecce Homo de Nietzsche, não sei o que me fez querer ler, talvez a vontade de entender Nietzsche, saber como ele escreveu aqueles seus malditos livros que me deixavam confusa e chateada. (Quanta verdade um homem pode aguentar?). Não posso dizer que concordo com Friedrich N. nas loucuras e no que ele chama de "verdade" e "mentira" , posso afirmar que ele foi genial, e que ainda tento entender e não me chatear com o jeito que ele diz que está tudo errado. Espero que Ecce Homo me prenda. para que meus olhos voltem a apreciar as palavras como antes, e deixe as imagens um pouco de lado.

Eis o homem: Nietzsche novamente.

sábado, 1 de maio de 2010

Os amantes da minha vida

Cada autor é como um amante, ele lhe envolve com suas palavras doces, ou muitas vezes lhe fere com suas palavras amargas que são ruins de engolir, mas você o ama mesmo assim. Ler seu livro é como fazer amor com ele, se for bom de cama, você se entrega e aproveita cada momento mágico, não deixa escapar nenhuma palavra, devora tudo. Se ele não lhe agradar, você tenta amenizar, dá um jeitinho, mas chega no fim.
Muitos dos meus amantes são melancolicos, tristes e revoltados, e por muitas vezes me enganam. Eu leio um dos seus livros que me encanta, e logo quero a obra inteira, que me decepciona. Ele me xinga, bate, deixa-me triste e pensativa, acabo o deixando de lado, e logo torna-se meu inimigo. E eu xingo, maltrato e o traio por outro. Porém, sempre bate aquela saudade e de vez em quando volto para seus braços, chorando e pedindo perdão.
Ah! E existem aqueles que você não conhece e julga logo de cara (de nome), ou de capa, ou de título de algum livro. Mas, depois que o conhece, ele vem devagar, afaga-lhe a cabeça, te beija, te deixa louca, quando percebe... Já está viciada nele.
E quando você está numa livraria, olha os livros e vê um em especial, lê a sinopse e é amor a primeira vista, pensa "Esse é bom, é bom, não tem jeito".
Não sei quantos amantes tenho eu, nem sei se vai durar para sempre esse amor, mas, como disse certa vez um deles, que seja eterno enquanto dure.

domingo, 21 de março de 2010

Poema do Schönkaffe Dormindo

O Schönkaffe que dorme é um menino
O Schönkaffe que dorme é mais puro que um menino, é um anjo.
O seu rosto parece uma noite de lua,
Ele tem nas mãos o espírito úmido de um lago.
Ele tem sob os olhos a sombra tranqüila das coisas.

No leito em que durmo não quero mulheres,
Elas agitam o meu corpo e pertubam os meus sonhos.
Para que macular assim a pureza do sono?

O Schönkaffe que dorme está só,
Vive num mundo só dele, num mundo diferente
Onde qualquer lei cientifica pode ser alterada.
O Schönkaffe que dorme conhece o milagre.
O Schönkaffe que dorme imagina paraísos.
O Schönkaffe que dorme é melhor que os mortos.
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(Joaquim Cardoso - Poema do Homem Dormindo)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Café com nada, nada com café

Fico olhando pra esse espaço vazio. Uma semana sem internet parece um mês. Não teve nenhum motivo especial para evitar internet, só estava enjoada. Hoje vi a bosta do resultado do ENEM, e aproveitei pra postar aqui. Só não sei o que postar. Sobre o que tenho feito? Sobre meus sonhos idiotas? Sobre minha tristeza por conta do resultado do ENEM? Odeio pensar em ter que fazê-lo esse ano de novo. Bem, que seja, vou postar só para tirar a poeira. Tentei escrever outro soneto recentemente, uma merda. Minha criatividade está de folga. Ach! Não leiam mais esse blog. Não há mais NADA que preste aqui, quando tiver, avisarei. Eis o merdeto:

Surge uma grande agonia
Uma angústia mal entendida
Triste e cruel melancolia
Dessa mente tão dividida

Na solidão jogo meu corpo
É preciso sempre calar
Abafando todo o desgosto
Que teima em me castigar

Eu mereço o que se passa
Aguentar a fio a carcaça
De uma mente tão doentia

Me encanta durante o dia
Me trai na calada da noite
No peito uma afiada foice

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Alguém quer um café?

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Enjoada

Queria escrever um soneto leve de amor, mas, meus sonetos são sempre de frustração e isso me deixa enjoada. Estou enjoada de pessoas que arrumam um porquê para não gostar, ou um porque para gostar. Estou enjoada de mim, que penso porque as vezes gosto ou não gosto. Quem dera que dessa agonia brotasse uma inspiração! Mas a fonte secou, não há mais interesse. Estou enjoada de estar assim. Primeiro soneto de uma sem-graça:

A fonte secou, não há criatividade
Os sentimentos são assim, vazios
Não há mais aquela viril vontade
Tomada de amores tão desvarios

Vivo entre-linhas de um rabiscado
Nada tem sentido, nada é atraente
O que me torna ainda rebuscado
É a minha beleza nada reluzente

Para mim isso já não basta
Minha mente já é tão vasta
Mas o tédio mergulha em mim

Eu não quero morrer assim
De tanto querer um soneto
Romântico, seria perfeito

Estou enjoada de postar aqui, me deixa nauseada. E agora, José?