quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
domingo, 27 de dezembro de 2009
Demasia
Meu vicio é tanto, que passa de prazer a dor.
Meu sono é tanto, que chego a dormir em pé.
Minha graça é tão grande, que posso rir por horas.
Minha ânsia é tanta, que sinto-me morrer aos poucos.
Meu amor é tanto, que extrapola os limites, e me embebeda.
Minhas magoas são tão intensas, que me sinto sem ar.
Minha idolatria é tanta, que em pouco tempo me faz enjoar.
Minha indiferença é tão grande, que fere pessoas.
Minha tristeza é profunda, demoro a sair dela.
Minha alegria é tão grande, que a morte não afeta em nada.
Minha doença é tão grave, que vivo drogada a todo momento
A saudade que sinto é tanta, que consigo materializar as pessoas.
Minhas lembranças são sempre as mais fortes.
Por isso posso dizer:
Não há ninguém no mundo que sinta mais a sua falta como eu.
sábado, 26 de dezembro de 2009
O fim é só o começo
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Um pedaço do meu sonho
Pra quem me conhece, sabe que minha banda preferida é Red Hot Chili Peppers, e um dos meus sonhos é ir a um show deles. Recentemente estavam os boatos de que o guitarrista, John Frusciante havia saído da banda. É claro, não acreditei, esperei para que algum integrante ou o próprio John informar algo. Bem, foi o que aconteceu, Frusciante já saiu da banda e levou junto boa parte de um sonho que eu tinha. Esses dias, eu estava muito empolgada, pelo álbum novo que eles estão preparando, com a saída de John... Não sei se essa empolgação é a mesma. Vou sim, comprar o CD. Mas o sonho do show, já não está tão grande. A banda não acabou, eu sei, mas, só quem acompanha a história dos peppers e as ligações de amizade, só quem leu o livro de Anthony, e se emocionou (como eu), poderá entender o buraco que se formou na banda. Estou mal pelo fato, mas só não estou pior porque ainda não caiu a ficha. Enfim, vou continuar gostando da banda. Porém, vai fazer falta, ô, que falta.
Boa sorte, John. ♥
Declaração oficial dele: http://johnfrusciante.com/
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Nana,
Lembro-me de cabelos loiros e negros a se misturarem no chão da minha sala.
Nana, eu estou feliz agora. Não sou mais aquela chorona que você conhecia, nem tão indecisa, nem tão dependente. Não tem motivo pra te escrever isso, porém, quero que você saiba o quanto estou feliz.
Sua Hachi, Liesel.
sábado, 5 de dezembro de 2009
Elephant Gun
I'd bury my dreams underground
As did I, we drink to die, we drink tonight
Far from home, elephant gun
Let's take them down one by one
We'll lay it down, it's not been found, it's not around
Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down
And it rips through the silence of our camp at night
And it rips through the night
And it rips through the silence, all that is left is all
That I hide
domingo, 22 de novembro de 2009
Dia-logar
-Anne, a vida não é para fracos...
- Então eu devo ser forte?
- Não, você deve morrer.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Gula
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Bêbada, não... Sonolenta.
Pesadelos & Sonhos
domingo, 1 de novembro de 2009
Evocação do Recife
Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois
— Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância
A rua da União onde eu brincava de chicote-queimado
e partia as vidraças da casa de dona Aninha Viegas
Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê
na ponta do nariz
Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras
mexericos namoros risadas
A gente brincava no meio da rua
Os meninos gritavam:
Coelho sai!
Não sai!
A distância as vozes macias das meninas politonavam:
Roseira dá-me uma rosa
Craveiro dá-me um botão
(Dessas rosas muita rosa
Terá morrido em botão...)
De repente
nos longos da noite
um sino
Uma pessoa grande dizia:
Fogo em Santo Antônio!
Outra contrariava: São José!
Totônio Rodrigues achava sempre que era são José.
Os homens punham o chapéu saíam fumando
E eu tinha raiva de ser menino porque não podia ir ver o fogo.
Rua da União...
Como eram lindos os montes das ruas da minha infância
Rua do Sol
(Tenho medo que hoje se chame de dr. Fulano de Tal)
Atrás de casa ficava a Rua da Saudade...
...onde se ia fumar escondido
Do lado de lá era o cais da Rua da Aurora...
...onde se ia pescar escondido
Capiberibe
— Capiberibe
Lá longe o sertãozinho de Caxangá
Banheiros de palha
Um dia eu vi uma moça nuinha no banho
Fiquei parado o coração batendo
Ela se riu
Foi o meu primeiro alumbramento
Cheia! As cheias! Barro boi morto árvores destroços redemoinho sumiu
E nos pegões da ponte do trem de ferro
os caboclos destemidos em jangadas de bananeiras
Novenas
Cavalhadas
E eu me deitei no colo da menina e ela começou
a passar a mão nos meus cabelos
Capiberibe
— Capiberibe
Rua da União onde todas as tardes passava a preta das bananas
Com o xale vistoso de pano da Costa
E o vendedor de roletes de cana
O de amendoim
que se chamava midubim e não era torrado era cozido
Me lembro de todos os pregões:
Ovos frescos e baratos
Dez ovos por uma pataca
Foi há muito tempo...
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada
A vida com uma porção de coisas que eu não entendia bem
Terras que não sabia onde ficavam
Recife...
Rua da União...
A casa de meu avô...
Nunca pensei que ela acabasse!
Tudo lá parecia impregnado de eternidade
Recife...
Meu avô morto.
Recife morto, Recife bom, Recife brasileiro
como a casa de meu avô.
(Manuel Bandeira ♥)
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
sábado, 24 de outubro de 2009
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Ein Leid
Furcht vor Liebe, aber, ich möchte.
Und es macht mich traurig.
Ich bin nicht bereit für etwas,
und nichts macht mich sicher.
Was kann ich tun?
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Vergonha
E dá uma sensação estranha em saber que a prova toda vai mudar. O ministro da educação falou pouco antes do Jornal Nacional, que iriam disponibilizar as provas pelo site do MEC, hoje a partir das 20hs, mas, até agora só estou tendo dificuldades para visualizar. O pouco que sei, é que eram citados Mafalda, Garfield, revista VEJA, e o MSN. Também haviam questões que traziam Gonçalves Dias com o poema "Canção do Exílio", e Drumond com "No meio do caminho".
Não me estressei em nenhum momento por conta do cancelamento dessa prova, até me aliviou um pouco, porém, o que mais revolta é o motivo por qual foi cancelado, vazamento de informações, venda de provas.
Como disse Thamy, eles queriam vender nosso ingresso.
Mas como eu a disse, estamos no Brasil.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Nefelibata
Nem consigo acreditar que cheguei aqui, foi tudo tão rápido, como num piscar de olhos. É, acho que não vou postar nesse blog nada de interessante esses dias, porque eu estou tão sem coragem. Eu não me preocupo com o enem, nem em passar. Eu não me preocupo com nada. Quero apenas me jogar em minha cama, dormir profundamente, quem sabe eternamente, mas, e depois o que será de mim a não ser um ninguém. Não tenho escolha mesmo nessa vida. E o que será capaz de me acordar? Será mesmo que quero? E agora, José? Para onde? Ah, chega de interrogações.
Agora José, vamos para algum lugar, porque ficar parado assim não dá.
domingo, 27 de setembro de 2009
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sábado, 26 de setembro de 2009
VII Bienal do Livro de Recife
Preparem-se meus leitores e leitoras de Pernambuco! Ela vem aí. Eu, que não perco por nada nesse mundo, essa bienal, esperei dois anos por esse momento. E o homenageado desse ano é Raimundo Carrero, que coincidência irônica! Pois eu li um livro seu pela primeira vez esse ano . Eu achei um pouco injusto o primeiro fim de semana da bienal ser logo o que vai ocorrer o ENEM. Bem, fiquei chateada porque vou perder a programação do sábado que queria muito ver. Porém, o que importa é que comprarei os livros que desejo. Ano retrasado quase fui puxada para fora da Bienal, não queria sair de lá. Enfim, aproveirem, comprem muito, divirtam-se. Ah! Lembrando que quem quiser trocar livros, pode usar o Sebo Digital e dá uma olhadinha, pra ver se tem algum livro que queiram.
A Bienal vai de 2 a 12 de outubro,
e será como sempre no Centro de Convenções.
Mais informações: www.bienalpernambuco.com
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Sou uma vítima do ENEM
É, eu fiz milagre nos dois dias. No primeiro ainda vacilei, quando faltavam dez minutos para o término ainda faltavam 15 questões de geografia e marcar todo o gabarito. Chutei as 15 questões, e marquei o gabarito numa rapidez que até eu mesmo duvidava. No segundo dia fui muito bem, conseguindo terminar meia hora antes de todos. Mesmo assim, isso não muda o fato de que estou exausta, não aguento nem mais ver uma questão seja de qual matéria seja. Estou até com preguiça de ler as postagens dos blogs que acompanho.
Só não entendo o que querem mais de mim, o que querem de todos? Nos submetendo a tais condições. Não gostei da decisão do novo ENEM, e espero não me decepcionar mais ainda com a prova próxima semana. Oh, só torçam, pra que eu não tenha um surto de impaciência.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Dr. Jekyll and Mr. Hyde
The strange case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde (1886) é um dos maiores sucessos literários do autor escocês Robert Louis Balfour Stevenson. O livro aqui no Brasil renomeado de O Médico e o Monstro, que inspirou o filme do mesmo nome. Eu já havia lido o tal livro há um bom tempo atrás, sempre estava na estante de livros da minha casa, porém, depois de certas reformas, nem sei mais por onde anda. Achei o filme recentemente em uma locadora sobrevivente aqui próximo, que é o remake do filme dirigido por Rouben Mamoulian em 1931. Foi nostálgico rever a história, e o filme é muito bom, mas desejaria ver mesmo o original de Mamoulian.
Lembro que quando li o livro era criança ainda, por volta de uns 11 ou 12 anos, tive pesadelos horrendos com Mr. Hyde. Mas como minha mente era fértil o imaginava como um lobisomen, pelos na cara, dentes afiados, olhar monstruoso. Mas no filme ele é fisicamente igual a Dr. Jekyll, feição totalmente humana.
Mr.Hyde são os desejos mais ínfimos de Dr. Jekyll, que ele pouco sabe que existe em seu interior. Ao introduzir uma substância produzida por ele e despertar esse "ser" , Dr.Jekyll se transforma em um homem sem escrúpulos, comete crimes durante a noite, atrocidades, maltrata mulheres e crianças, mas no outro outro dia, não lembra-se de nada que aconteceu. Pois quem estava praticando todos esses atos era seu outro "eu" Mr. Hyde. Só que durante o enredo do filme Dr. Jekyll descreve as sensações e sentimentos que sentem enquanto está 'possuído' por Mr. Hyde, ele diz que se sente bem, exaltado. É como se fosse um vício. Depois quando ele passa a lembrar-se aos poucos do que comete durante a noite, ele sente-se mal. Mas continua injetando a substância para tentar controlar o seu outro "eu". Porém, chega a tal ponto que ele mesmo já não consegue mais controlar-se, mesmo sem tomar a substância, Mr.Hyde quer dominá-lo por completo. E aí ele chega ao ápice de sua insanidade.
No filme há vários diálogos com ele mesmo. Fiquei fascinada com o filme, a descrição, os diálogos. Todos têm vários pontos a serem analisados. Eu até cheguei a relacionar o comportamento de Mr. Hyde, com o que Nietzsche dizia, que o ser humano só se chega a extrema liberdade quando ele tortura, comete um assassinato. Será que uma vez provado da liberdade, dos desejos contidos, da loucura, não há como mais se livrar deles?
Há tantas formas de interpretar o filme, não sei mesmo a qual escolher.
Pussy
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Quero fugir
Quero sumir, quero sair dessa casa, quero morar em outro lugar. Preciso de um tempo sozinha, preciso de um tempo pra me encontrar. Preciso pensar, pensar, sozinha. S-o-z-i-n-h-a. /desabafo.
domingo, 20 de setembro de 2009
Momento Obras de Arte - Saturno
sábado, 19 de setembro de 2009
Adeus, Meus sonhos!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh'alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus?
Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já não vejo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!
(Álvares de Azevedo) - não há como não gostar ♥
Momento Serial Killer 2 - Jeff Dahmer
Jeff Dahmer matou o primeiro rapaz quando tinha 18 anos. Mentia muito bem, por isso sempre escapava da polícia. Primeiro ele atraía suas vítimas, que na maioria das vezes eram meninos que seduzia. Em pouco mais de 15 meses matou 12 rapazes. As vítimas eram muitas vezes torturadas e o todas eram desmembradas. Na cozinha de Dahmer, ele guardava uma coleção de pênis, crânios humanos pintados, cabeças no congelador. Ah! Lembrando que ele também fazia sexo com o cadáver antes de abrir seu tronco, tirar sua cabeça e seu pênis, e derretia o restante com ácido. E Dahmer também tinha ares de cozinheiro, cozinhava as cabeças de suas vítimas para descarná-la. Até já deu uma de Lecter, praticando canibalismo. Também confessou que abriu com uma broca a cabeça de alguns rapazes vivos para injetar ácido muriático, para ver se viravam zumbis. Enfim, foi preso graças a fuga de um rapaz. A polícia quando entrou em sua casa, Jeff estava tranqüilo, não reagiu nenhum momento. Foi morto em 1994 atacado por um colega de cela, justo no ano que foi batizado como cristão.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Sorriso forçado
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Onde estão as minhas respostas?
Eu preciso saber,
mesmo sem querer saber,
mas eu tenho que saber.
Mas o saber não é tudo,
é só um pouco do pouco,
mas não dá pra saber muito,
só o muito do pouco.
Qual o pouco que eu preciso saber?
O que é o muito saber?
Vai entender!
o que você sabe?
Eu sei que você sabe, Eu sei.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Adeus
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
The Shining e Machado de Assis
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Merda
sábado, 5 de setembro de 2009
Um pouco de liberdade contida
Apesar, de minha mãe nos matar, Yoru... Foi um dos dias mais loucos da nossa vida hen? Mais um! Quero que tu leia isso! Você é o único que adere a minhas loucuras, e o único que escuta minhas filosofias, o único que me aguenta quando estou bêbada. Nos falamos só com o olhar! E isso é mágico, não é? Você é meu amigo de outras vidas, e tenho certeza que de muitas mais! Obrigada por mais um dia. Ah, ainda estou manca e enjoada! Seqüelas de ontem.
E para esquentar a manhã, vai mais uma xícara de café.
domingo, 30 de agosto de 2009
Bicho de Sete Cabeças.
Não dá pé
Não tem pé, nem cabeça
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito
Não tem nem talvez ter feito
O que você me fez desapareça
Cresça e desapareça...
Não tem dó no peito
Não tem jeito
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem pé, não tem cabeça
Não dá pé, não é direito
Não foi nada
Eu não fiz nada disso
E você fez
Um Bicho de Sete Cabeças.
sábado, 29 de agosto de 2009
Liesel,
Tuas idéias não me interessam, seu rosto simétrico, seu corpo médio, seus seios pequenos e pontudos, nada disso faz graça, nada disso me desperta desejo. Não vê que não quero ninguém por perto? Não percebes que estou impenetrável? Preso em mim mesmo. Não quero saber de tua vida, não tenho curiosidade do que você está fazendo. Cansei de tentar sair de fino, cansei de não tentar te magoar, fazer você perceber que não quero sua presença é difícil! Pois por mais que eu tente me afastar, me calar. Você me persegue, me cerca, me pressiona. Cuida de ti, e me esqueça. Eu sei que não é fácil me deixar ir, mas se quer o meu bem, que assim seja.
Adeus.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Distúrbio
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Ich Will
Ich will dass ihr mir glaubt
Ich will eure Blicke spüren
Jeden Herzschlag kontrollieren
Ich will eure Stimmen hören
Ich will die Ruhe stören
Ich will dass ihr mich gut seht
Ich will dass ihr mich versteht
Ich will eure Phantasie
Ich will eure Energie
Ich will eure Hände sehen
In Beifall untergehen
Seht ihr mich?
Versteht ihr mich?
Fühlt ihr mich?
Hört ihr mich?
Könnt ihr mich hören?
Wir hören dich
Könnt ihr mich sehen?
Wir sehen dich
Könnt ihr mich fühlen?
Wir fühlen dich
Ich versteh euch nicht
o/
domingo, 23 de agosto de 2009
FÜCK DICH!
sábado, 22 de agosto de 2009
Drag me to hell
Ontem foi um dia interessante, fui ao cinema, vi cenas que não queria no espelho, tive alergia, muita dor, muita alegria, sustos, desejo, vergonha, medo, euforia, crise, ciúme, surtos, tristeza, raiva, angústia, tesão, reflexão, inveja. É, meus dias são como terras novas, eu os exploro até o fim, eu saboreio cada segundo, mas me perco na paisagem, esqueço de mim, esqueço de tudo e todos, me apego a pequenos detalhes. Me pego às vezes tão, mas tão destraída com livros que nem se quer são meus, esse é o maior motivo para eu detestar livrarias, elas me deixam perdida, me fazem sair de mim, desejar tudo aquilo, é como uma fuga da realidade, uma ilusão confortável. Dias como esses me fazem sentir uma sensação de liberdade, uma vontade de sair por aí sem rumo, ou de pular de uma daquelas pontes do Antigo. Bem, gostaria de mais dias como ontem, ao lado de amigos, apesar de não saber muito bem interagir em grupo, tento fazer isso individualmente com cada um.
Quero tentar não me distrair tanto, nem me iludir. No fundo sou como uma criança mesmo. Como Luana diz.
Pra terminar o dia, só mais uma xícara de café.
domingo, 16 de agosto de 2009
Mortificação a milanesa
odeio blogs, não sinto vontade de escrever nada neles, se bem que ninguém lê mesmo. Mentira, Débora vai ler não é? ha. Aposto que ela não vai aguentar ler muito disso.
Hoje fui a um velório. Não gosto de velórios, eu dizia. Mas se esse foi o primeiro, agora posso mesmo dizer: odeio velórios. Quando entrei numa sala cor de rosa, com flores pra todos os lados e um caixão, passei direto, fui a cozinha. A pior ação do mundo num velório, não é rir, é comer. Peguei um pedaço de bolo de milho e fiquei me lambusando feito uma porca, apreciando a choradeira da mãe do defunto. De repente, chegou um homem alto, bonito, óculos igual ao de John Lennon, que relinchava ao abraçar todos. E cada vez entrava mais gente, cercando o caixão como urubus avançando em carniça. E como eu, uma boa garota que sou, fazia carinha de pena, e de choro para todos que me olhavam, disfarçando que era a primeira vez na vida que havia visto o homenageado. Mas de fato, estava me sentindo mal, andava do terraço pra cozinha, da cozinha pra o terraço. Por um momento imaginei a mim mesma, deitada em um caixão, os vermes me comendo, assim como eu comia aquele bolo. De repente comecei a me imaginar um verme, a me deliciar com toda aquela carne branca do morto, imaginava que dentro dele, era como um spaghetti a milanesa. Minha ilusão foi quebrada com um puxão no braço, meu pai, que fazia aniversário hoje perguntou se eu estava com fome, respondi que não, mas ele insistiu para irmos comer. Fiquei ainda um tempo paralisada olhando o rosto pálido do extinto. É, acabei adepta a todo aquele defuntismo.
Ao sair da casa, encontrei alguns amigos do passado, que não me trazem boas lembranças. Vinheram falar da defunção do falecido, porém pedi licença, pois isso pouco me interessava, muito menos a hora do mortório.
Eu e meu pai saímos a caminhar procurando um restaurante, quando uma amiga nos chamou para almoçar em sua casa. Ao aceitar o convite, sentamos a mesa, conversando e degustando o maravilhoso spaghetti a milanesa que ela havia preparado.