domingo, 16 de agosto de 2009

Mortificação a milanesa

Primeiro post, oi!
odeio blogs, não sinto vontade de escrever nada neles, se bem que ninguém lê mesmo. Mentira, Débora vai ler não é? ha. Aposto que ela não vai aguentar ler muito disso.

Hoje fui a um velório. Não gosto de velórios, eu dizia. Mas se esse foi o primeiro, agora posso mesmo dizer: odeio velórios. Quando entrei numa sala cor de rosa, com flores pra todos os lados e um caixão, passei direto, fui a cozinha. A pior ação do mundo num velório, não é rir, é comer. Peguei um pedaço de bolo de milho e fiquei me lambusando feito uma porca, apreciando a choradeira da mãe do defunto. De repente, chegou um homem alto, bonito, óculos igual ao de John Lennon, que relinchava ao abraçar todos. E cada vez entrava mais gente, cercando o caixão como urubus avançando em carniça. E como eu, uma boa garota que sou, fazia carinha de pena, e de choro para todos que me olhavam, disfarçando que era a primeira vez na vida que havia visto o homenageado. Mas de fato, estava me sentindo mal, andava do terraço pra cozinha, da cozinha pra o terraço. Por um momento imaginei a mim mesma, deitada em um caixão, os vermes me comendo, assim como eu comia aquele bolo. De repente comecei a me imaginar um verme, a me deliciar com toda aquela carne branca do morto, imaginava que dentro dele, era como um spaghetti a milanesa. Minha ilusão foi quebrada com um puxão no braço, meu pai, que fazia aniversário hoje perguntou se eu estava com fome, respondi que não, mas ele insistiu para irmos comer. Fiquei ainda um tempo paralisada olhando o rosto pálido do extinto. É, acabei adepta a todo aquele defuntismo.
Ao sair da casa, encontrei alguns amigos do passado, que não me trazem boas lembranças. Vinheram falar da defunção do falecido, porém pedi licença, pois isso pouco me interessava, muito menos a hora do mortório.
Eu e meu pai saímos a caminhar procurando um restaurante, quando uma amiga nos chamou para almoçar em sua casa. Ao aceitar o convite, sentamos a mesa, conversando e degustando o maravilhoso spaghetti a milanesa que ela havia preparado.

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